ja que nunca poetisei pra ti
hoje, depois de seu mentir
quero mesmo é somente rir (...)
(r...) ir
(.r..) ir
(..r.) ir
(...r) ir
ir...ir...ir...ir...ir
que a rima seja em demasia, fria e pobre
e meu riso fecunde sobriamente o pólen
modificando sua dissimulação em algo nobre
rir com escárnio
buscando no escarro
expulsar todo enfado
de um mero sentir, barato
é necessário é necessário
talvez, documentar este pobre fato
pois minha memória tem se negado
e subitamente, até deletado, seus dados
e nada armazenado e nada armazenado
jamais coisa rara
custosa ou mui cara
inventiva, amarga
venenosa e rasa
saia da estrada macabra
sem placas e sem amarras
deixando-me findar este legado
em que o recado fora-me revelado
amargo
amar
go...go...go...go...go