segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Absorto pela aurora

Das manhãs de outrora

Coloquei-me na órbita

Desta pobre retórica

Inócua!

Inócua!

Inócua!


Remido na poesia

Agora, firo e sou ferida

Sinto a dor desmedida

Da medida que é só minha

Minha!

Minha!

Minha!


Tu disseste poetinha

Que negar-se, é negar a vida

E esta lição, hoje, me é carícia

Das carícias que são malícia

Malícia!

Malícia!

Malícia!


Assim caminha a vida

Com ferida ela é sentida!

Com amor ela é ferida!

Sem temor ela é poesia!

Sentida!

Sentida!

Sentida!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Descabelada,

Desvairada e

Alucinada

Vens aqui do nada

Me arrebata, maltrata

Enfim, me acaba

Até de madrugada,


Safada!

Safada!

Safada!


E depois como quem não quer nada

Me larga solitário na estrada

Malvada

Sua vagaba,


Dissimulada!

Dissimulada!

Dissimulada!


Dani somada ao nada

Resulta em muito danada

Sem saber que pra mim és


Nada!

Nada!

Nada!



Presente em ti é a ausência

Da poesia e outras coisinhas raras

Apesar de sua beleza e muita,


Tara!

Tara!

Tara!

sábado, 11 de dezembro de 2010

Como dois ao cubo é igual a três
Almejo dura mudança neste mês.
Tangencio o Eros ao trotar no ego
Atirando dejetos, no fétido universo.
Rimo, pra criar um jocoso destino
Subvertendo, o repentino, em desatino
E assim, caminho, nesta jornada, rindo (...)

Rindo
Indo
Sentindo, sentindo e sentindo.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010


Ah! essa excentricidade

Indústria de tantos males

Entre afetos e vales

Produziu outros ares

Agitando os mares


Ah! esse amargo

Que de calejado

Buscou o melado

E, já recuperado

Jorrou doces fatos


Ah! essa quimera

Que de outras eras

Fez da dor, coisas belas

Afogando na primavera

Todas as mazelas e misérias


Ah! e o pobre poeta

O que dele se espera?

Que abra todas as janelas,

Canalize em cada esfera,

Todas as formas belas e sinceras?


Quem dera!

Quem dera!

Quem dera!

Quem dera!

Quem dera!